Em entrevista à Revista Referência Florestal (ago/2025), especialista fala da importância do reviramento das leiras
A história dos compostadores Vermeer começa nos anos 1990, com o desenvolvimento dos primeiros trituradores da empresa.
A compostagem se destaca como uma solução sustentável e consolidada para o tratamento de resíduos orgânicos, trazendo benefícios ambientais, agronômicos e econômicos essenciais para o desenvolvimento de práticas agrícolas e ambientais mais conscientes. Para o engenheiro de aplicação da Vermeer para a América Latina, Luís Gustavo Balzan, que atua nos segmentos de compostagem e florestal, a chave para o sucesso desse processo está no reviramento das leiras — uma técnica simples, mas crucial para garantir a qualidade do composto orgânico.
“A compostagem não é simplesmente empilhar resíduos e esperar a decomposição. Ela exige um manejo técnico e controlado para que os materiais, como restos de alimentos, podas e resíduos agroindustriais, se transformem em um composto orgânico rico, capaz de devolver nutrientes ao solo e melhorar suas propriedades físicas, químicas e biológicas”, explica Balzan.
O diferencial dessa técnica está na movimentação periódica das leiras, as pilhas onde a massa orgânica é acumulada para decomposição. Essa operação, que pode ser feita manualmente ou com máquinas específicas, visa principalmente a aeração da massa, fundamental para a ação dos microrganismos aeróbicos — os principais agentes da decomposição eficiente.
“Garantir o oxigênio no interior das leiras evita que o processo se torne anaeróbico, o que além de prejudicar a qualidade do composto, pode gerar odores desagradáveis e emissões de gases nocivos, como o metano”, destaca o engenheiro.
A redistribuição da umidade é vital
Além da oxigenação, o reviramento das leiras permite a uniformização da temperatura e da umidade em toda a massa orgânica. Durante a fase termofílica, quando a temperatura da massa orgânica se eleva devido à intensa atividade dos microrganismos, as temperaturas podem ultrapassar os 60°C, o que é fundamental para a sanitização do material, eliminando patógenos e sementes que poderiam comprometer o uso final do composto.
“A redistribuição da umidade também é vital. Se a massa ficar seca, a atividade microbiana diminui; se ficar encharcada, há o risco de processos indesejados e perda de nutrientes”, completa Balzan.
A operação do reviramento precisa ser ajustada para cada realidade: o tipo de resíduo tratado, o sistema de compostagem adotado — seja estático, aerado ou mecanizado — e as condições climáticas locais influenciam diretamente na frequência e na técnica utilizada. Para isso, a utilização de tratores com implementos específicos, sistemas automatizados ou compostadores de maior porte, como o Compostador CT718 Vermeer, pode otimizar o processo, garantindo revolvimento homogêneo, maior controle e redução de custos operacionais.
“À medida que cresce a demanda por melhores soluções no manejo de resíduos, tecnologias como o reviramento mecânico ganham relevância. O uso de equipamentos específicos acelera o processo, melhora a padronização e permite escalabilidade, principalmente em operações de médio e grande porte. Por isso, o investimento em conhecimento e mecanização torna-se estratégico não apenas para o sucesso técnico, mas também para a viabilidade econômica da compostagem”, ressalta.
Composto maduro e estável: insumo valioso para fertilizantes e substratos
O resultado final desse manejo cuidadoso é um composto orgânico estável e maduro, apto a ser usado como fertilizante, condicionador de solo ou insumo para substratos. “Ao usar o composto, as operações reduzem a dependência de fertilizantes minerais, melhoram a retenção de água do solo e estimulam a vida biológica no ambiente agrícola, tornando seus sistemas mais resilientes e sustentáveis”, complementa Balzan.
Transformar resíduos em um recurso valioso por meio da compostagem vai além da simples disposição dos materiais. Requer conhecimento técnico, controle rigoroso dos parâmetros e, sobretudo, atenção à dinâmica biológica promovida pelo reviramento das leiras — é nessa operação que reside grande parte do sucesso do processo. Para Balzan, é justamente nesse ponto que a técnica deixa de ser apenas uma solução ambiental e passa a representar um elo estratégico na cadeia da sustentabilidade.
“A compostagem, quando aliada à prática correta da revolução das leiras, é uma ferramenta poderosa para fechar o ciclo dos nutrientes, reduzir impactos ambientais e gerar benefícios econômicos e sociais”, conclui o engenheiro.
Ecossistema de Compostagem Vermeer
Veja o ecossistema de Compostagem Vermeer. (Ilustração: Vermeer Corporation)
Leia o artigo na publicado na Revista Referência Florestal (Agosto/2025)
Confira o guia de compostagem Vermeer
SOBRE
Luís Gustavo Balzan é engenheiro mecânico formado pela Faculdade de Engenharia Industrial da Fundação Educacional Inaciana (FEI) e possui especialização em Gestão da Engenharia e Logística Industrial pela Universidade de Franca. Com 12 anos de experiência na Vermeer, atua como engenheiro de aplicação para a América Latina, focando em tecnologias e soluções para compostagem, biomassa e manejo florestal, além de prestar suporte técnico no pós-venda em diversos países da região.
SOBRE A VERMEER
A Vermeer transforma a maneira como trabalhos essenciais são realizados. A empresa desenvolve, fabrica e oferece suporte a equipamentos industriais e agrícolas robustos e eficientes, que atendem a setores como infraestrutura, mineração de superfície, manejo de árvores, biomassa/florestal, compostagem, reciclagem, silvicultura, agricultura e energia solar. Com sede em Pella, Iowa (EUA), está presente em mais de 60 países por meio de filiais e uma ampla rede de revendedores e centros de suporte. No Brasil, onde atua há mais de 30 anos, conta com unidades em Valinhos (SP), Sinop (MT), Telêmaco Borba (PR) e Parauapebas (PA), atendendo todo o território nacional e a América Latina, sempre com foco no desenvolvimento das comunidades e da infraestrutura local.
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